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Mostrando postagens de junho, 2018

A lua (2)

(Víctor Lemes) Você já reparou que dizer a alguém que você a ama pode assustá-la de você? Daí inventamos outros termos: eu gosto de você, te admiro. E ninguém percebe que gostar, admirar e amar são como países. Numa sala de aula, olhando num mapa-múndi, é muito fácil delimitar onde um começa e outro acaba. No entanto, lá de fora, no universo, o astronauta não consegue distinguir um do outro. Ele não vê as linhas imaginárias que os dividem. Isso acontece porque nada foge do que é o Amor. Pois o nada também o é.

Sem título

"Te pago a lua, pois daqui da rua, ela é a única que pode refletir o meu olhar. Te peço, ó Lua, que daqui da rua, ela sorria e sorrindo apenas possa retornar o seu luar." (Víctor Lemes)

Meu Amor

(Víctor Lemes) Hoje acordei com esta indagação na cabeça: "Devo chamar a pessoa que amo de 'Meu Amor'?" Pois, veja bem, Já tive muitos Amores, E isso me deixa reflexivo. Hoje em dia, tento não mais associar O pronome possessivo "meu" Porque não possuo A mulher que amo. Não é um objeto a que me pertence. Acho que devia então chamá-la, Chamar aquela cuja a qual faz vibrar Meu coração agora, de "Amor", E de Amor apenas. Admiro muitas pessoas, E meu coração vibra por muitas mais, Então pensando agora... Todos são emanações do Amor interno. Do Amor puro que sou no coração, Transborda de mim a criação. E dessa criação de mim Nasce a poesia, A qual agradeço a oportunidade Desta mesma moça que despertara em mim Novamente o desejo de traduzir E versificar o Amor que me geriu, Me criou, Me viu, Me aconteceu. No entanto, meu Amor Por mim ainda não é completo E por isso, não o dou a ela tudo que tenho, Pois ela o merece por inteiro. Somo-a a Ele, O

Amethystos

(Víctor Lemes) Em todas as realidades Me encontro em mudança constante E por mais que tente entender Não há nada melhor que viver, E viver tão-somente. Há nos céus dos Universos Nuvens de estrelas que falecem E só assim podemos enxergar As cores que tinham em vida, Quem diria, a morte ser tão colorida? E um tanto contraditório Vou levando meus dias Enquanto um simples anseio desejo Que é de levá-la a um passeio Que um dia um leopardo Me ensinou o caminho.

Casarão

(Víctor Lemes) Quero mudar para aquele lugar, Debaixo das árvores gigantes Poder ao seu lado sentar E deixar com que o vento dite As regras... Espero poder acontecer Mesmo que este verbo seja incorreto, Mesmo que pessoas não aconteçam, Talvez com você ali ao lado Eu possa... Arde em mim um desejo E por mais que digam que estou Desperto neste mundo, Ainda assim, vivo neste sonho. Convido-a a, nele, ter seu terreno. Aguardo sua vinda para um passeio, E no fim de uma vida inteira Eu ainda estarei à sua espera.

Medíocre

Talvez eu seja medíocre mesmo. Por que não me aceitar Como os outros querem me ver Por que não aceitar tão-somente O rótulo que me foi dado antigamente? Talvez eu seja isso mesmo. Por que me enganar Ao pensar que a confiança um dia Vai voltar novamente Como um brinquedo antigo que perdera E que encontrara por acidente? Talvez seja isso mesmo. Ser um erro, uma falha num sistema Idiota, que na falta de quem valha Fui escolhido a atuar como dublê De alguém que por medo Também fugira. Vamos aceitar a minha mediocridade. Porque não é ruim e nem é boa, Ela só é a definição de outra pessoa Sobre aquilo que existia Sobre aquele que eu era Sobre a pessoa que assumo ser.

Cebola

(Víctor Lemes) Por debaixo das camadas Há uma revolta constante E enquanto eu não permitir Que tudo de mim transborde Não poderei deixar que Alguém tente me descobrir. Por debaixo da camada Que vê agora, há alguém Que se esconde com medo Medo de ferir, medo de doer, Medo de sentir medo por Algo que nunca chegue a acontecer. E por debaixo desta, vê se Outro alguém que carrega Uma vontade de chorar imensa Mas que, no entanto, não derrama Uma lágrima sequer, não por que quer Mas porque simplesmente não se lembra. Se retirar mais uma camada É capaz de encontrar o sorriso Espontâneo e o carinho insaciável De uma criança que não quis crescer E, por escolha impensável, desaparecer. Lá embaixo, através de todas elas, Quem quiser vai encontrar um ser Que sente o amor vibrar Como se as cordas de sua voz Fossem algum instrumento do além. Lá no fundo, há a criança, Um jovem vencedor que anseia Ser desejado e descoberto Com um gigantesco sorriso Pronto pra ser feli

Barco de Papel | Cantado por Carol Campos

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