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Sem título

(Víctor Lemes) Toc-toc, bato  na porta Do seu coração: posso entrar? Se não me deixar, tenho que invadir Pelas janelas porque aqui fora faz frio, E eu não tenho mais para onde ir. Prometo ficar num dos cantos, Quietinho, ninguém vai se lembrar Que existo aqui dentro... E próximo de mim se encontra O Universo, com seu caderninho e caneta, A marcar todas as vezes que aprontei Com sua curiosidade, todas sendo Contabilizadas nas contas das estrelas. Peço a gentileza de sorrir sempre, E quando parecer que não mais exista Alguém pra te ajudar nisso, lembra! Nessas horas, eu existirei dentro de ti, Dentro de uma casa que invadi. Prometo ficar num dos cantos, Quietinho, ninguém vai se lembrar Que existo aí dentro...

So sorry

(Víctor Lemes) O desejo de tê-la Creio ser irremediável. Tenho sonhos de olhos Abertos e fechados. Sinto as minhas mãos Com afeto tocar seu rosto, Enquanto se envergonha toda E deixa seu sangue acumular Em seu rosto branco. Reclama como em flerte Que não herdara o verde Dos olhos de sua família, Mas assim foi, talvez, Por alegria minha Pois, me atrai mais Quem os olhos castanhos possui. Seu olhar me seduziu sem que fosse Intenção sua; e eu continuo aqui Procurando-o entre os astros, Próximo à Lua.

Æsch

(Víctor Lemes) For thy glory, I would do anything In my limitless power. For my power Resides in the inner realms. I despise force and monarchy, However, thou shall rule me And I may call thee Queen, though I may be Only a fool. I hereby release all My prisoners. For this land of lovers There shall never have A place for my fears. There's plenty of rooms Here in the hearts of My lonely self.

Set

(Víctor Lemes) Ao me aproximar do fim de uma era, Devo dizer que os meus vícios Todos eles devem ficar aqui, Não os quero mais comigo No ano que se aproxima. E a cada tentação de um instinto Animal a que não mais me pertence, Um convite será feito dos céus Do meu peito, e estarei à frente De novos versos como estes. Ao contrário do que costumava fazer, Não enterro mais meus outros eus. Cada um se encontra em seu quarto, Todos estão com seus cadernos E todos hão de escrever-me em versos. Aprendi que sombras não se matam, Se aprende a conviver com elas. Elas nunca se desfazem de nós Pois não existiriam a sós. E então, tenho uma coleção de outros Que assim como eu, também já viveram. Eles estão em mim, mas não são o que sou. São uma porção de passados. Dê-me, então, a permissão De ser seu eterno presente.

Igualdade

(Víctor Lemes) Eu estive refletindo nas últimas semanas sobre igualdade de gênero. Tem muita gente que eu conheço que diz: Víctor, você é muito feminista pra um homem, acho que você, um cara que lê de tudo que é filosofia aí, tinha mesmo é que não pender pra um lado só, tinha é que pregar pela igualdade entre mulheres e homens. Senhores que assim pensam, é o seguinte. Sim, eu acredito que tenha que haver a possibilidade de homens e mulheres coexistirem com igualdade de direitos e oportunidades. No entanto, enquanto eu não ver as mulheres terem o mesmo que os homens têm hoje, em todo e qualquer âmbito possível, eu não posso querer lutar pela igualdade humana. Penso que a história humana só se deu em suas revoluções, por etapas, nada foi de repente. Tudo foi preciso de capítulos pra que as pessoas despertassem para a mensagem do livro da vida. Enquanto as mulheres forem, aos olhos do homem, inferiores, eu vou defender o direito de liberdade delas. Se isto me faz um feminista, femin

Different

(Víctor Lemes) Tell 'er you like 'er, they say. It is not necessary, though, I say, sentiments are not meant To tell, rather to feel. Once I love 'er, she'll know. Feel it? Do not hear it nor read it, For words are nothing. It is hard to find a deep person Like you are, they say. So be one yourself, I reply. Are we both lucky? Perhaps... 'I am glad you've found 'er,' But, have I? Question is, Has she found me? Yet, would she have found me If she'd never lost me? What do words and sword Have in common, I ask. Both can be written with The same number of letters; Both can be manipulated By the wielder to attack And to defend; Both can save and kill. Be aware of 'em! I am waiting by the gates Of your chambers of torture, I am willing to find your truths You just have to invite me in.