Passar, no diminutivo

(Víctor Lemes e Emilson Zórzi)

Passeei por fronteiras, passei passarinho,
E por cima das nuvens, montei o meu ninho.
De graveto em memórias, fui botando capricho,
Pra mais tarde, outras aves não virem por fuxico.

E então em leve nuvem
Fiz minha espaçonave
Longe de mim,
Não sou feito de asas não,
Sou mal-feito, isso sim.

Tenho os pés no chão
Mas voo com meus olhos;
Se aventuram neles
Os que por esta terra pisaram.

Vaguei por estradas, vaguei sozinho,
E por sob as nuvens, perdi o caminho.
De poesias e memórias reescrevo eu mesmo,
Pois já não sou alado: apenas ao seu lado.

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