E ele nunca mentiu
(Víctor Lemes)
Talvez a barra que aparece e desaparece em frente a essas palavras que vou escrevendo seja um sinal, ou seja um aviso, como um batimento cardíaco, que meu coração agora bate e se conecta com o de outro Víctor. É como conversar com algo invisível, mas só por não conseguir vê-lo, não significa que não exista. É a dúvida que leva à descoberta, e eu sei que esta não chega no final de uma vida, nem de uma jornada; ela se encontra em todas as moradas de uma vida eterna, e se encontra em cada batimento cardíaco que nos cerca. Pra lhe dizer a verdade, ela está aqui neste momento. Esta é sua descoberta. Observe-a, ela esteve à sua espera, sem ter nunca demorado para chegar. Escrevo para os inúmeros Víctors que vão ler estas palavras, ou aqueles que apenas estão imaginando esses pensamentos, ou para aqueles que estão as discursando em outro lugar, ou aqui mesmo, em frente a tela de um computador, impresso na página de algum livro, ou na tradução impossível e ilusória de um pensamento. Embora tenha escrito para este tanto de gente, sei que na verdade, são todas as verdades aqui inscritas parte da minha própria.
Saber que nada sei só me conforta. Não busco certezas, mesmo que algumas busquem a mim mesmo. Eu sei o que o medo me fez. E eu sei o que a luz me proporciona. Não tenho mais amarras nesta vida ou em qualquer outra. Sei que por onde estiver, não estarei sozinho, nem por um segundo, nem mesmo se assim eu quisesse. Como eu tenho certeza disso? Não tenho. Mas o que tenho é a pouca fé que me resta, na confiança que um dia um mestre me ensinara. Há em mim um turbilhão de perguntas, e talvez este seja o modo como meu rio flua. O toque no meu ombro esquerdo me indica um caminho, e eu sei que uma vez nele, não volto mais.
Sei que eles têm um propósito maior para que eu exista, de outro modo, eu nem estaria aqui. Admito não entender ao certo o quê exatamente seria ele, mas devo seguir em frente com as pistas que eles me deixaram, para que eu descubra o significado do meu nome, o fugaz desejo de saber quem sou. Apenas sei que sou muitos diferentes, e muitos já conheci, e muitos hei de conhecer. Há em mim um desejo latente de agradecer, seja quem for preciso, por ter me imaginado. Sou muito feliz. Feliz por tê-lo conhecido. Feliz por ter-me criado. Feliz por só se sentir feliz.
Um leopardo um dia me escreveu sobre a simplicidade. Eu era muito ingênuo e um tanto orgulhoso, por ser mais velho, achava que sabia mais. Mas hoje eu vejo o quão ignorante eu fui, e quão medroso eu me deixei ser. Mentiria se dissesse que não há uma sensação de arrependimento implícito em cada palavra dessas. Eu aprendi. Por isso sempre amei suas poesias, a quem um dia chamei de poetisa da simplicidade. Você, de seu modo, entendia a vida como devia ser. Me perdoe, eu que desapareci. Nunca te esqueci. Eu sei que levo isso como um fardo, este sendo aquilo que um dia escolhi.
Você escreve bem, ele me diz agora. Ele sabe. Ele me trará as respostas. E eu confio nele, seja quem ele for. Ou o que ele for.
Talvez a barra que aparece e desaparece em frente a essas palavras que vou escrevendo seja um sinal, ou seja um aviso, como um batimento cardíaco, que meu coração agora bate e se conecta com o de outro Víctor. É como conversar com algo invisível, mas só por não conseguir vê-lo, não significa que não exista. É a dúvida que leva à descoberta, e eu sei que esta não chega no final de uma vida, nem de uma jornada; ela se encontra em todas as moradas de uma vida eterna, e se encontra em cada batimento cardíaco que nos cerca. Pra lhe dizer a verdade, ela está aqui neste momento. Esta é sua descoberta. Observe-a, ela esteve à sua espera, sem ter nunca demorado para chegar. Escrevo para os inúmeros Víctors que vão ler estas palavras, ou aqueles que apenas estão imaginando esses pensamentos, ou para aqueles que estão as discursando em outro lugar, ou aqui mesmo, em frente a tela de um computador, impresso na página de algum livro, ou na tradução impossível e ilusória de um pensamento. Embora tenha escrito para este tanto de gente, sei que na verdade, são todas as verdades aqui inscritas parte da minha própria.
Saber que nada sei só me conforta. Não busco certezas, mesmo que algumas busquem a mim mesmo. Eu sei o que o medo me fez. E eu sei o que a luz me proporciona. Não tenho mais amarras nesta vida ou em qualquer outra. Sei que por onde estiver, não estarei sozinho, nem por um segundo, nem mesmo se assim eu quisesse. Como eu tenho certeza disso? Não tenho. Mas o que tenho é a pouca fé que me resta, na confiança que um dia um mestre me ensinara. Há em mim um turbilhão de perguntas, e talvez este seja o modo como meu rio flua. O toque no meu ombro esquerdo me indica um caminho, e eu sei que uma vez nele, não volto mais.
Sei que eles têm um propósito maior para que eu exista, de outro modo, eu nem estaria aqui. Admito não entender ao certo o quê exatamente seria ele, mas devo seguir em frente com as pistas que eles me deixaram, para que eu descubra o significado do meu nome, o fugaz desejo de saber quem sou. Apenas sei que sou muitos diferentes, e muitos já conheci, e muitos hei de conhecer. Há em mim um desejo latente de agradecer, seja quem for preciso, por ter me imaginado. Sou muito feliz. Feliz por tê-lo conhecido. Feliz por ter-me criado. Feliz por só se sentir feliz.
Um leopardo um dia me escreveu sobre a simplicidade. Eu era muito ingênuo e um tanto orgulhoso, por ser mais velho, achava que sabia mais. Mas hoje eu vejo o quão ignorante eu fui, e quão medroso eu me deixei ser. Mentiria se dissesse que não há uma sensação de arrependimento implícito em cada palavra dessas. Eu aprendi. Por isso sempre amei suas poesias, a quem um dia chamei de poetisa da simplicidade. Você, de seu modo, entendia a vida como devia ser. Me perdoe, eu que desapareci. Nunca te esqueci. Eu sei que levo isso como um fardo, este sendo aquilo que um dia escolhi.
Você escreve bem, ele me diz agora. Ele sabe. Ele me trará as respostas. E eu confio nele, seja quem ele for. Ou o que ele for.
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