Sei lá, sabe

(Víctor Lemes)

Sinceramente,
Nem sei mais
Se o que (te) escrevo
Consegues entender
De um jeito honesto
O que nem eu mesmo
Compreendo...

Há alguma coisa
Naquela pérola,
Que me chama
Ou me impulsiona
A observá-la,
A discorrer
Toda uma poesia por ela.

E não é porque
É uma pedra, de certa forma,
Triste pois é por meio
Da dor da ostra
Que se encontra uma.

Da mesma forma que
A pérola em teu dedo
Me chama,
Sou chamado a escrever-te
A poesia.

Não me entendo às vezes.
Mas se conseguir,
Teria como me explicar
Por que as palavras só
Me chegam
Assim escritas e não ditas,
Quando (temo) cruzar
Suas outras pérolas?

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