Pro Filho

(Víctor Lemes)

Sou só um garoto, que por mais que tenha lido sobre, por mais tenha praticado, ou tentado o amor, ainda se sente só. Às vezes abaixa a cabeça e pensa, se dá pra viver sem alguém. Há estórias que me dizem que sim, mas estórias, no fim, são só estórias. Tem vezes que pensa em dizer que ama, mas trava, sem respiração ele fica, e muda de assunto, assim como as pessoas mudam de assunto quando não querem ou não sabem responder algo complicado.
Já não tem tanto medo de morrer, mas também tem vezes que não vê graça em viver... E no meio de tantos outros, se sente como um coringa. Tanto diferente no layout, quanto no seu destino nos jogos. Nos que ele é usado, ele é sempre de bom proveito, temporariamente. Se estiver com alguém ou não, já não vê mais diferença. O resto do baralho, ele não pertence. O resto do trabalho já nem liga pra ele. Enquanto a minoria, deixa o coringa de lado...
Hoje, esse rapaz, ou garoto, ou coringa, se sente cansado, triste, e quieto. É um daqueles dias em que pensa sobre tudo, mas não fala nada. Mas, seja como Deus quiser, e ele sempre quer (me parece que sempre), ele me estampa um sorriso. E uma gargalhada. Que duram o dia e a noite, respectivamente. E sente-se querido, mesmo que artificialmente.
Pensou em escrever cartas, mas pra nada valeriam, prefere guardar pra si, o que sente, ouve, egoísta é, há sangue Taurino. E pede, por favor, você que leu tudo isto, obrigado. Você conheceu uma parcela do que sou. Mas, por favor, leia e esqueça, não comente nada, nem me dirija palavra sobre. Há coisas que devem ser pronunciadas, outras que, apenas, devem ser pensadas.


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