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Mostrando postagens de abril, 2011
Vem (Víctor Lemes) Me perguntam de onde vem minha inspiração. Vem do Vento. Quando não sei o que escrever, Pego uma folha em branco, Vou até a varanda de meu quarto, Estico-a bem, e espero o Vento passar. Pois, é Ele quem traz as letras. O Vento passa na "peneira" feito da folha, E voi là ! E o Vento, de onde vem? Tem vezes que vem do centro-oeste, Outras que vem daqui de casa mesmo. O de lá, ainda é minúscula, é vento. O de cá, já é maiúscula, é Vento.

O capítulo dos Céus

(Víctor Lemes) Vinícius pôs-se a dormir, Enquanto Deus chorava lá fora. No meio da noite acordara Tão de repente, Que até o Chefe se assustara, E um grito ressoou nos céus: - Ca-brum! Vinicius então, levantou-se da cama, rumou até a sacada de seu quarto, E fitou os olhos inúmeros de sua amada. "Não amo uma pessoa, ela deve ser mesmo É uma aranha!" Disse para o Velho de barbas brancas que sentava-se Em uma das nuvens plúmbeas... Se referia às estrelas que brilhavam No quintal daquele Ancião. Para Vinicius, não passavam de meros olhos De sua amada, Clarice... Ele sabia que a perdera por fora, Mas que ainda a mantinha por dentro. Enquanto aquele Raio sorria, Vinicius ia se lembrando de tudo Que até então vivia. Como é belo o Amor de Vinicius! Quem dera eu pudesse ter tido a chance De tê-lo conhecido neste imenso sonho, Que uns chamam 'vida'. Eu, que vivo assim, em ânsia de poder tocar os lábios Doces e sensíveis daquela a qual o eu-lírico
Soneto de Gaveta (Víctor Lemes) Não digo que estou triste, Tampouco posso afirmar que nada senti. Porém, o que ela levou de mim, Foi a melhor parte que guarda em si. Pequenos gestos, e palavras, Que ao ser pronunciadas Irradiam a Luz que há nas Estrelas, Destes céus tão meus quanto dela. Não digo que esteja menos feliz, Pois o brilho de seus olhos Iluminara minha fronte. Não espero dela nada mais, Pois já é, de todos os mundos, A mais bela gaveta que ousei abrir.
O importuno (Víctor Lemes) Hoje, Já me recomendam: - Não escrevas mais à ela. Mas, eu digo: - Sou o poeta-importuno; O que escrevo é o que sinto, Privar-me de minhas palavras É censurar-me os sentimentos. Por favor, não me julgues mal; Aliás, nem me julgues. Os mundos diferentes Que habitam este outro mundo Têm a tendência a querer possuir Os outros. Tudo é como pássaros para eles, Nos capturam, e nos guardam, Pois, sabem que em espaço Curto feito gaiolas de celas de ferro, Nossas asas se atrofiam... Não deixes que tuas asas Se atrofiem também, meu bem.
Agora começo a entender Pessoa. Nem tanto as pessoas. (Víctor Lemes)
Bolinha Azul (Víctor Lemes) Num dia ensolarado, Noah se foi. Se foi sem saber que ia, Só nós sabíamos para onde vai, O Noé que chegara debaixo de chuva. O planeta é maravilhoso, Mas esse mundo é horrível. Não me sinto humano, Nem tampouco sensível. A morte é uma benção, Talvez a única que eles nunca Poderão nos privar. Nesta manhã, perdi meu coração; Foi-se embora uma parte ao patamar Mais alto... foi tentar voar.
Será que os amores via correspondência um dia serão correspondidos? (Víctor Lemes)
Útil (Víctor Lemes) Criatura tão Amorosa que, num Rio, está a viajar... Os ventos do Leste sopram Incessantemente; Não querem deixá-la A Deus dará. Luz que vem das Estrelas  dos céus, Ou de seus olhos, ó Poetisa da simplicidade! Ao aproximar-me de seu Rosto marcante, sinto-a  com meus Dedos ásperos esta tua pele, e Orgulho-me de ser capaz de te amar. Te quero tão bem, meu bem. Estou a remar no mesmo rio. Ao meu Amor com Maiúscula, dedico todo O acróstico que nestes versos há.
Sem título 25 (Víctor Lemes) Posso te contar uma coisa? Amo você, e tudo aquilo que escreve, O que pensa, e o que sente. Acredita no que digo, Amor? Desde que a conheci, tenho tido um sonho, Mas agora não há como realizá-lo... Amada, você me espera? Vou buscá-la logo, eu prometo. Amada você é por mim, lhe garanto. E apenas isto basta, ser precioso.