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Mostrando postagens de março, 2010
Revelação (Víctor Lemes) Um sino. Estamos, mãe e filho, abraçados, Diante de gigante sino, A conversar, rimos e sorrimos. Uma luz. Invade todo o meu espaço, Tudo se ilumina em segundos, Me sinto em paz, embora sozinho. Paralelepípedos. Percorro ruas estreitas, Cheias de gente, é cedo o dia, Me vejo a correr por entre elas. O negro. Me observa ao longe, Me indica que é preciso segui-lo, Seu olhar: profundo. Confio. A loja. Avanço, corro, paro. O negro sumira dentro da loja De roupas coloridas... medo. O segundo negro. Passara a vez para o segundo Aquele que um dia persegui, O que fora o primeiro. Amplo sorriso. Túneis. Persigo-o por um breu tremendo, Não há energia elétrica, Há lampiões de azeite nas paredes. A  criança. Está lá parada, sorrindo, feliz. Lembro de seu rosto muito bem, Sua pele negra brilhava. O convite. Pediu-me que não tivesse medo, Já que minha mãe já o vira antes. Jurei tranqüilo silêncio... A sala branca. Lá havia um

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"Primeiramente, eu só tenho a agradecer à ela, àquela que me deu a luz, que me abriu as portas pra essa vida, e que ainda me fornece luz nos caminhos difíceis e confusos que aqui existem. Que, literalmente, perdeu um pouco de si, para que assim eu pudesse existir. Eu sei, hoje eu sei, o quão importante foi o pulso firme, os castigos, e as conversas. Sem ela, eu não teria vivido com todos os outros, com os que hoje lêem isso, e aqueles que um dia eu compartilharei um pouco do vivo, do que sou, e do que quero ser. Afinal, agradeço àquela que me deu as primeiras letras da minha vida, e que me ajudou a colecionar muitas outras. Te amo, mãe! 'Segundamente', o poema que se segue é dedicado a todos aqueles que de alguma forma, se misturaram e me ajudaram a formar mais meu caráter diante das tantas diferenças que nos uniram, e nos unem. Eu só tenho que rir de alegria, da alegria que tive nesses três anos, do reconhecimento por parte de uns os quais nunca achei que teria o
A foto azul (Víctor Lemes) Será que percebes o brilho opaco que em teus olhos existe, do amor que se vingou d'outro amor, pois pouco o amaste? E agora vê em tua face, à frente de tal magnífica miragem, a infeliz vontade de ver a si, à semelhança e não à imagem. Amanhã, quando acordares, vede como estão as nuvens, Nelas vos observamos atentos, sob luzes e dentro dos trens. Tenhais sempre a certeza de que não estás a beira Da solidão. Sabes d’onde está, cada qual, à sua maneira.
Canção (Víctor Lemes) A fome da falta do doce, Que à felicidade traz. Há de preencher o inexistente Com o desejo inerte e ausente. O que é o beijo se não A mostra do amor em público, Seja ele dado, seja roubado; Seja na mão, no braço, no lábio. Hoje eu sonhei que cantava, Sem voz, sem violão; Havia me esquecido na letra E esquecido da tua voz, Solidão.
Poema de amor com amor (Víctor Lemes) Ah! Como é bela Essa donzela, Que se aproxima doce E a vela do amor acende. Ah! Como é dengosa E meiga, Dou-lhe um forte abraço E rejuvenesce nosso laço. Quando me deito, junto a ti, No chão, Olha pra mim e sorri, Entrega-me teu coração. Quando chego tarde ou cedo, Vem feito bala, vem correndo. Vem saber como está la fora, Como está o tempo; vem me amar. Tão grande é minha alegria, Ao te ver também alegre, Sofia. Saber que tenho uma pedra filosofal, Minha cachorrinha dourada, no quintal.
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Tiago (Víctor Lemes) Meu sonho hoje foi a lembrança de um irmão que tive, que cresceu, e único fiquei.