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Mostrando postagens de setembro, 2010

Sloth

(Víctor Lemes) Tô aqui no meu galho, Fico quieto, fico contente. Só observo daqui pra frente Quem não me enche o saco. Ai, quantas palavras mal pronunciadas, Quantas ladainhas, Quantas balelas, Ai, que saudade das folhas secas. Não me vejo pois não tenho espelho, Entendo meus erros, sorrio nos acertos. Fico aqui feito bicho-preguiça estacionado Esperando que a chuva passe sem muitos raios.

As fases de Pedro III

(Víctor Lemes) Sabe o que Pedro mais queria hoje? Ser lançado ao mar de sonhos. Entenda o que ele lhe disse, Pedro não sabe nadar.

The four Ws

(Víctor Lemes) Who am I to judge? Who am I to scream? Whose arms do I belong? Whose future will I deem?

Interestingly

(Víctor Lemes) Perhaps it may be the air. What else could they throw within it that'd make us feel dizzy, lost in a maze... trapped. Are we all trapped together? 'Cause, babe, it feels like we've been apart for ages. Still on perhaps, that might be why people are all so amazed. Would the word 'amazed' mean the things I wonder it means?

Um dos nós

(Víctor Lemes) Sinto um vazio entre nós, Tive sonhos os quais nunca quis que acordasse. Escrevi palavras de afeto endereçadas a teu coração, E hoje me olhas com preguiça, não queres me ver. Não consigo sentir mais do que vejo, Um par de olhos cansados, não sabem mais o valor do choro. Meu corpo dói sem meu coração sentir, Talvez tenhas ido embora, ou fora eu quem morri. Vai ver sou apenas um nó na garganta tua, Que te engasga, que arranha, que fere teu sorriso. Quem sabe então eu seja sempre assim vago, Visto que saudade é memória lúcida, e é o que me preenche agora.

Sem título 13

(Víctor Lemes) Lá fora venta demais da conta, Inspirar-me basta apenas uma rajada. Lá dentro o vazio preenche tudo, Instigando-me a cair na tentação. Ao ver o sol partir-se ao meio Num céu recheado de luzes faz-me Hoje, um homem mais dócil, Incompleto, inerente, insuficiente. Gritar para dentro, como se oco fosse, Amar para fora, como se só belo houvesse.

As fases de Pedro II

(Víctor Lemes) Cruza ruas e avenidas, Pedro. De que vale a vida com receio? Tropeça e dorme em sarjetas, Pedro. De que vale a morte sem respeito?

As fases de Pedro

(Víctor Lemes) Pedro abre as portas-balcão E, ao ver a lua, pensa que é cedo. Pedro fecha as portas do coração E não consegue dormir por medo.

Só a metade

(Víctor Lemes) Só vejo delas a metade, Num fundo azul-marinho misturado com verde-água. As nuvens já não são plúmbeas, Já não sinto o aroma da chuva. Dali segundos estou em prantos, Ajoelhado em frente à lápide que diz: "Quem ouve fala em dobro."

Reflexo

(Víctor Lemes) Às vezes eu olho pra mim mesmo, Mas não de frente com o espelho, E me esqueço. Preciso de mil palavras pra me recordar De quem fui e quem continuo sendo, Pra me relembrar. Abro ambas as mãos, conto os dedos, Pedaços de um coração desgastado Escorrem pelo ralo.

Atravessando luzes

(Víctor Lemes) Tanto faz o vazio que preenche a lacuna que em mim existe. Todo sentido claro de susto inesperado, Todo abismo perturbador em uma luz de mistério. Se isso não for a rocha que não se derruba com um sopro, Que seja então folha leve e fina de árvore sedenta por solidão. Que eu, então, seja terra seca que aduba as raízes do sem-fim, E, de uma vez por todas, seja levado para o através dos mundos Sem precisar de barcos, De anjos, Ou de luzes.