Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2012
Enamorar-se é ensaiar a vida eterna. (Micael de Nebadon, vulgo Jesus Cristo,  em sua visita à Terra no ano 26 da nossa Era)

Eu era assim

(Víctor Lemes) Eu sou assim: escrevo para me esconder de mim, E esqueço que para outros olhos nada sou. No calar da noite lembro que os dela tudo vêm, Mesmo que eu tente guardar a mágoa muito bem. Sou muitos dentro de um único eu, Sou o contraste entre o belo e o feio, O verdadeiro e o verossímil; Entre os que já foram, e o que nasceu. Tem dias que divirto-me em me enganar, Crio meu mundo de fantasias e de amores, E vou fingindo que ela me ama também. Tem dias que entedio-me com meus outros eu E deito-me na cama, em companhia de lágrimas, Admirando o vazio do teto, ouvindo o passar do trem.

Um legado

Partindo do pressuposto de que nada na vida é por acaso, cheguei até aqui, seja nesta Terra, seja nesse dia, porque era pra ser assim. Li todos os livros que muitos não entenderiam, nem acreditariam; vivi e vi fatos que muitos tampouco acreditariam; e, a cada dia que passa, tenho mais certeza das coisas, certas coisas que muitos nem sequer pensariam. (Supondo que eles pensem...) “- A vida é a vida, querido mal’ ak (mensageiro). - Fala comigo. Estou precisando. - Talvez não gostes... - Não importa. Dá-me a tua versão. - Minha versão? Voltou a sorrir, surpreso. Assenti, sem palavra. - Está bem... Eu te darei a minha “versão”, como dizes. Voltou a ficar em silêncio. Desta vez fui eu quem se atreveu a entrar em seus pensamentos: - Acaba sendo difícil, não é mesmo? - É... - Não te preocupes – disse, para incentivá-lo. – Vem mais perto. Com isso será suficiente. Aproxima-se da verdade... Agradeceu ao final e tentou “traduzir” as palavras que, obviamente, não eram fáceis de “tra

Soneto a meu Sonho

(Víctor Lemes) Faço de minha palavras Uma fonte, Ofereço-as a ti, Meu Sonho, minha viajante. Há muita gente Que diz fazer o mesmo, Mas as palavras deles Só enchem o Rio Aqueronte. Não me canso de procurar sinônimos Para os meus tantos eu-te-amos, Ou tudo que sinto por ti. Levar-te-ei comigo sempre, Inclusive teu "ei, querido... Muito obrigada por existir..."

Um sonho, ou não?

(Víctor Lemes) Uma mistura de impotência e egoísmo, Depois de um pesadelo na mesma noite Do ocorrido. Tive a impressão de quebrar-me por completo, Um baque, daqueles fortes, levei de mim mesmo, Havia há muito esperado. Conhecera teu pai por “acaso”, ossos do ofício De uma segunda-feira como qualquer outra; A boa-nova havia me trazido. Sua filha viria estudar numa universidade Pública, pelos arredores desta pequena cidade, E eu a conhecia. Dissera-me também que seu curso seria de quatro anos, E nestes quatro anos, ela moraria por aqui; Não minto, fiquei contente. Estou a esperar-te em frente à faculdade, Encostado em um carro (talvez fosse meu), Sorriso estampado, de orelha a orelha. Porém, tu sais acompanhada d’outro rapaz bonito, Que conhecera possivelmente no mesmo curso; Meu sorriso já não é sorriso, é sem-riso. Volto para casa; ela está em pé, estou desmoronando; Entro em meu quarto, e no primeiro papel que encontro Escrevo dois versos: “A primeira é sempre A última chance.”

No Cinema

(Víctor Lemes) Há quem diga Que a vida É como um filme. Mas lá fora, Lá naquele meio, Minha vida assiste a um filme. Arriscaria até dizer Que, na verdade, é o contrário: O tal do filme é que assiste à ela! Desse filme, eu, poeta, Não participo; embora quisera eu Ser ao menos a pipoca que ela mastiga!