Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2017

Vou te escrever assim

(Víctor Lemes) Vou te escrever assim Me escondendo em versos Para que após ter-lhe confessado O que vier a ler depois desta estrofe, Eu ainda possa olhar nos seus olhos Sem ter receio de não ter mais Coragem para fazê-lo. Alguma hora você vai ler essa poesia E terá duas opções contrárias: Achar bonito e querer que as rimas E o Amor que nela expresso Fossem para você; Ou ler todos os versos e sentir E ter a certeza, sem aquela necessidade De me perguntar o porquê a fiz, De que, sim, escrevi para você. Te quero fazer um convite. Venha visitar a minha casa de dentro, Sei que tenho muito a lhe ensinar. Quero compartilhar minha vida com a sua, E quero fazer esses seus olhos brilharem Como nas fotos antigas que encontrei. Venha conhecer minhas entrelinhas, Venha decifrar minhas vírgulas. Tenha em mim uma extensão sua, Faça do meu Sol sua eterna Lua.

Sou desses

(Víctor Lemes) Sou desses que preferem Usar "shall" do que "will" Por saber que soa Mais bonito, mais original. Sou desses que escrevem Romances que ainda não têm, Só pra ver se assim Eles acontecem pra mim também. Sou desses que têm a pretensão De saber que àquela a quem Dedico essa poesia, nas entrelinhas, Vai saber que é dela a poesia. Dentre todos estes que citei, Sou um entre tantos homens Que gostaria de virar cidadão De uma pátria que carrega no nome.

Sei lá, sabe

(Víctor Lemes) Sinceramente, Nem sei mais Se o que (te) escrevo Consegues entender De um jeito honesto O que nem eu mesmo Compreendo... Há alguma coisa Naquela pérola, Que me chama Ou me impulsiona A observá-la, A discorrer Toda uma poesia por ela. E não é porque É uma pedra, de certa forma, Triste pois é por meio Da dor da ostra Que se encontra uma. Da mesma forma que A pérola em teu dedo Me chama, Sou chamado a escrever-te A poesia. Não me entendo às vezes. Mas se conseguir, Teria como me explicar Por que as palavras só Me chegam Assim escritas e não ditas, Quando (temo) cruzar Suas outras pérolas?

Remarkable thoughts I

(Víctor Lemes) I'll let him speak. My other self. He usually speaks to me while I'm walking home late at night. You see, I have many other selfs within this moving corpse. We dialog pretty often, specially at night, when all the other people are sleeping... We often speak about many things, a variety of subjects I know I can't speak with somebody else. Stuff like random stuff. Things that pop in my head while I'm speaking to her, for example. I'll say "her" because I don't want to compromise my relationship with her. The reasons are many: 1. I don't want to fall in love with her; 2. I don't want to assume I've already fallen for her; 3. I'm scared of new relationships; 4. I'm scared I might fail again. These are the top 5 reasons I, from now on, shall call her as "her". Well, yes, I've mentioned only 4 out of those 5 reasons. Well, that's me talking, his other self. The fifth reason is something he wants to keep

Glória

(Víctor Lemes) Não sei mais o que escrever, Tenho tanto a dizer Mas não encontro ouvidos Que saibam me entender. Não sei mais se escrevo O que escrevo para os outros, Ou para mim mesmo? E me pergunto, às vezes, Se não somos todos os mesmos. Não sei mais a quem enviar Doces palavras de um amor Que não correspondi, Que em correspondência Só os correios receberam. E então me decidi que É a mim mesmo que elas Serão enviadas, e recebidas E lidas. E se isso for egoísmo Que seja. E se isso, você Não gostar, nada me importa. E se isso for o que quiser que seja, Não mais me pertence. Me decidi ser picado Por escorpiões. Resolvi me amar mais. Alguém um dia vai Me entender O coração.

Impressão

(Víctor Lemes) "Tenho a impressão Que te amo", Uma vez lhe disse, Ainda sou como Uma folha impressa Do sentimento inventado. O tempo se encarregará De apagá-la conquanto Ela esteja largada Ao ar livre como Nunca estivera. Imprimi e enviei-lhe A folha impressa, que agora Tem pressa de tê-la Mas não tem vontade; Se dobrá-la, me tem metade.