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Mostrando postagens de fevereiro, 2009
Púrpura (Víctor Lemes) O que fazer com os pés, Quando pernas cruzadas estão, Tremem? O que aconteceu comigo, Não ergui a cabeça, não deixei A água correr por entre meu rosto? Pra que esperar tanto, Quando de longe já sinto, Mas não quero acreditar? Sentir-se vazio Por dentro, e Tanto pra dar.... As estações vão melhorar, Você diz. Mas vão mesmo? Não tem como impedir Que as folhas sequem. Não tem como parar o vento frio, A neve. Não tem como pedir às flores, Não mostrarem suas caras. Não tem como fazer com que O Sol chore... Não tem como eu fazer você Confiar de coração em minhas palavras, E realmente senti-las. Me deixar te amar, Me ensinar amar, Me ver chorar, Me ver chorar de rir. Me abraçar em alguma tarde vazia, Que ainda não tive. Me sorrir, um sorriso simples. Me dizer que somos só nós dois. Me fazer sentir como num filme. Me dizer que nem tudo é real, Que tudo só pode ser um sonho... Me corrigir. Me fitar. Me dizer... Me dig
Ultrapassagem (Víctor Lemes) Desperdiçar o futuro, o passado e o presente. É só o que eu tenho feito, desde aquela festa de 5 anos. Vi que o egoísmo e a mentira eram duas ótimas comparsas, pra quem queria ter tudo, fazer tudo. Quantas vezes, eu não sentei ao pé da cama, com uma bíblia em minhas mãos, e com lágrimas no rosto, me perdia de mim mesmo, conscientemente. E desperdiçava mais uma vez a sorte que me acompanhava. Desperdiçava-a, como meu futuro, meu passado e meu presente. E foi como um contrato com o diabo escolher tais caminhos, pois o preço foi perder minhas mais belas memórias. Hoje, eu não lembro muita das cenas que podem ter sido belas, e marcantes da minha infância, com minha mãe... Há muito a faço chorar, e me iludo com meus egoísmos, que me fazem fazer parte do mundo. Que eu hipocritamente, me outorgo ‘diferente’. Não quis entender o porquê das discussões, só pensaria em mim, daquele dia em diante. Há aquelas vezes, raras, em que eu percebo o quão este pecado está g
Storms (Víctor Lemes) There are these times I feel left apart. Just like a derelict painting on the wall... When you no more look at me, nor do care. When I'd offered you my heart, you told me it was too soon to get involved. But don't you think I'm gonna share the fantasy world of yours. I'm far from being a prince, nor do I care to be one. I sometimes feel in depths of sorrow, and confusion. Will I ever feel you by my side? Or 'too soon for anything' will stands forever? Should I twist and turn back where I came from, And start over again? It'd might work, if only the hi-tech machines were available for using, I could afford going back to the past, just to fall in love with you since the very beginning. But I can't. Not in this body, though. I wonder, Clarice... I wonder how do you feel about me.
e Rosas (Víctor Lemes) Quando teus olhos já não Me atravessarem, e não me verem Como o tal, Não quero mais. Quando do seu abraço Não sentir o aperto de seus Braços iguais aos meus, Não quero mais. E quando chegar a hora, E sentir de teus lábios, O beijo tentador, e não querer amor, Não quero mais...
Você ganha, e me perde (Víctor Lemes) Onde estes seus olhos, Cruzam os olhares fatais, Com os meus sedentos olhos de vidro. Sedentos em amor, ou em descobrir O que não é tal sentimento. Quando todas as janelas, E os espelhos estão rachados, Quando tudo parece redecorado, Me vejo entre os riscos da parede, A andar com cem pernas, e dez olhos, Que não têm cor o bastante para Refletirem o meu entusiasmo, O meu suposto amor por você. Que só me vê de quatro em quatro dias, Quantos dias são estes longe de seus olhos, E seu abraço... E quão grande é a incógnita Em minha cabeça: Por que ainda escrevo?
Vista (Víctor Lemes) Sinto areia nos olhos meus, Meus olhos vermelhos. As lágrimas frias Correndo por entre minhas marcas, Minhas dores e a de outra, Impressas nessas minhas dúvidas. E quando não posso mais enxergar, É ele quem cego está.
Cores (Víctor Lemes) Quando se está preto, procuro o vermelho. Mas quando tudo está cinza, procuro o azul. Pois onde piso é azul, prefiro o verde. Já que o verde está em todo o meu consciente, vermelho fico. Mas muito vermelho deixa-me cego, branco lá vou eu. Branco os meus pensamentos voam, feito os brancos dos azuis, Que um dia já foram vermelhos, uso preto. Preto é o neutro, o ciclo, o renascimento, Laranja me dá fome, me faz ter calor. Laranja demais atrapalha na mesa, E nas situações estas, cinza é o que conforta. Mas as cinzas, dos brancos compridos Já não me trazem boas lembranças, Uso rosa pra esquecer quem sou. E o rosa acalma, acaba com o preconceito, acaba com o pessimismo, Me traz o vermelho mais o branco, que se junta ao verde Daquele meu consciente... E quando, na frente do espelho me vejo: Sou transparente.
Urso (Víctor Lemes) Com essa minha barba ruiva, ando te esperando por entre ruas e esquinas. Fico a procurar as estrelas, que antes eram tantas. Observando os carros, os semáforos, as frequencias sem trema. Quando há vezes, que te vejo por onde ando, que sinto teu cheiro, que espero seu abraço. E o que você está fazendo, é esperar o vento fazer a curva? Esperar chegar a chance, sem ter dado chance à própria chance de chegar... Ao som das baterias e das guitarras, e das vozes dos que já foram e dos que ainda cantam, vou caminhando nessas ruas tão cheias de gente, e ao mesmo tempo, tão vazias... E tem vezes, que penso, ou tenho a certeza, que está me evitando, por medo, vergonha. Prefiro não pensar no egoísmo, talvez não seja nada disso. São raros, mas tem esses dias, em que reflito sobre tudo que se passou, toda aquela magia nas palavras, tudo aquilo que era bom, que era como um céu. Mas um dia, de repente, tudo sumiu, hibernou. E não vi o rosto debaixo daquele véu. Sabe,