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Mostrando postagens de janeiro, 2014

À sábia, não só de nome

(Víctor Lemes) Traços delicados de seu rosto fazem muitos dos garotos teus seguidores. Alegres, seguem teus caminhos, e passam por seus domínios, porém poucos te consolam nas tuas noites de desconexão. Sois como um Porto, a ti chega todas as navegações, e as histórias repousam em teus ouvidos, e não mais vês a hora de embarcar nos navios da imaginação... E, quem sabe até, conhecer o mar, ou então, o que nele vive... O que os marujos costumam chamar: o robusto Amar. Procuras nas palavras que ouves tudo quanto possa significar a ti. Em breve, tu sabes muito, e ainda serás pouco o que souberes... Ainda serás única no mundo, a viajar nos mesmos ônibus, a mirar o através das janelas, a ser a garota da praia, a ter acreditado na Vida que criara para ti... Quão belo nome escolheste para ti, antes de embarcar neste barco. (Dedicado à amiga de minha família, Maiara Cagliari)

A Dona Chuva

(Víctor Lemes) Esta chuvinha sem-vergonha! Aquela que se acha, E vai passando toda-toda! Só serve pra molhar a cachola, Nem pra lavar a rua ela serve, Aquela bendita serelepe! Meu Amor bem me avisou: "Daqui a pouco ela chega aí, Passou devagarinho derramando Pelo meu domingo." E pra variar não trouxe Minha Amada consigo!

Instrumento apenas

(Víctor Lemes) A poesia é a impressão do momento, É o sussurro do Pai em seu ouvido, É o que não expresso de imediato E o que às vezes penso. Julgar o porquê da poesia Ter sido ou não escrita, Anula o que dela se cria: A criação simples e pura. Dito inúmeras vezes Por outros que por mim Já passaram: Não me pertences O que escrevo; enfim, Nada é em vão.

Cecília

(Víctor Lemes) Engraçado como os dedos, às vezes, tocam este teclado Como se eu estivesse A tocar um piano. Minhas mãos e pulsos Se movem lentamente, E delicadamente Tocam seus ouvidos. E nada mais importa, Nem a lógica, nem Quem bate à minha porta. Aguardo feliz a chegada De minha filha, Cecília, Como a avó, sempre amada.
"O Galileu pôs-se em pé, deixou a sacola de viagem na trilha e me fez um gesto, pedindo que aguardasse. Assenti com a cabeça e me encaminhei para suas coisas. Então, enquanto se afastava, voltou-se e gritou: - Lembra-te, mal'ak, de que Deus não improvisa! " (Página 307. Operação Cavalo de Tróia , 8: Jordão, / J. J. Benítez; trad. Sandra Martha Dolinsky. - São Paulo: ed. Planeta do Brasil, 2007.)

Os sorrisos

(Víctor Lemes) As notas do piano e violino que ouço agora me guiam pelos caminhos inimagináveis do mundo de versos. O sorriso das crianças de minhas memórias alimentam meu espírito, e assim o fazem para sempre Enquanto as batidas do ritmo que ouço não cessarem; Elas [as crianças] existem! Enquanto a vida continuar A tocar no fundo de mim; Elas [as crianças] dormem...

Mar calmo

(Víctor Lemes) Sou uma onda, meus versos são marolas que brotam do nada e viajam por diversas águas. Sou uma folha, meus sonhos são os gravetos e a minha vida é os ramos, escrevo, hoje, por prazer apenas. O vento me lança nos caminhos da vida e a cada nota do violoncelo Me perco no silêncio de cada verso meu, e boiando volto a ser parte apenas...

A graça

(Víctor Lemes) Engraçado como elas saem sem que eu queira que elas saíssem. Só o fato de ouvir a música, de tão vem tocada, e por certo, tocante... Já me traz vontade de me tornar aquele que ainda não me tornei. E, por vezes, minhas ações não condizem com minhas palavras, então parece que imaginei O homem que ainda não foi criado, ora! Tolice a minha... Pois o Mestre uma vez Me disse: "Tudo que imaginas, Já existe!"

O poeta

(Víctor Lemes) Escrevo hoje para transbordar de mim o que guardo há tanto, tanto tempo. Minhas palavras não saem pensadas, não as crio agora; Apenas saem e brotam livremente dos meus dedos. As palavras de hoje não as criei, são versões alegres das lágrimas que chorei. São a tradução daquilo que habita em mim: O poeta ainda vive, ainda sonha, e ainda Ama sem ter certeza, mas assim o Faz!

Soneto à minha mãe

(Víctor Lemes) És tão perfeita Que chegas A deixar de sê-la, Não és humana. Um soneto apenas, Que aqui escrevo É incompleto, perto De teus olhos-estrelas. És defeito Da natureza, És por demais sensível. Estás por dentro Completa de certeza, És de número impossível.

Soneto àquela de Porto Alegre

(Víctor Lemes) Encantador, encantador, encantador! Ela um dia me disse, Aquela que é jovem como seus livros De história, e inteligente como meus Três cérebros (que afirmam que eu tenha). Impressiona-me até hoje Seus conhecimentos, e seus pensamentos Críticos para apenas uma... jovem menina. Essa é aquela que sem ao menos Ter dado nela, nesta vida, Um abraço Já me traz saudade tamanha De dedicar-lhe este soneto: Maiara.

Soneto à Clarice L.

(Víctor Lemes) Talvez o seu brilho nas palavras Partiu para algum lugar distante, E esse seu rosto cabisbaixo Por sobre o desenhado joelho... Sejam apenas a capa Que eu sempre li nas suas entrelinhas. Espero que reencontre seu tapete voador E se lembre de quem um dia fora: A Clarice que dediquei muitos versos, A Clarice que criei em meus sonhos, A Clarice que sorria. A poetisa da simplicidade, A eterna memória de gaveta, A pequenina.

Soneto ao Sr. Mistério

(Víctor Lemes) Sou como o violão encostado Num do cantos do meu quarto: Sou d'Ele apenas instrumento, E nesse momento, eu O sou. Essas lágrimas que lavam sua alma, Esse silêncio ao ouvir o folhear das páginas, Fazem parte... "do quê?" Parte de Mim. Quem sou eu neste exato momento? Deixei de ser alguém conhecido, Sou um rapaz ao seu lado em uma foto. Sou a lembrança, sou a esperança. Sou sua primeira pergunta sem resposta: Sou aquele que te espera no batente da porta!