Dedicado à Sandra, irmã de minha mãe.



A brisa

(Víctor Lemes)

Sozinha, longe de nós ela fica
Sem saber que horas dorme,
Que horas come, que horas lê,
Que horas chora, sem saber onde está.

Essa pessoa que há muito me preocupa,
Pois antes, sempre astuta e alegre;
Hoje então, um tanto ausente e inerte.
É aquela que soube sempre ser amiga.

Mesmo que com dores passe a vida,
Com amores que não cheguei a conhecer
Machucaram-na, os nós e as linhas...
Sem mesmo me vires em pessoa,

Já ecoa dentro dos meus jovens tímpanos,
As vozes sem voz que só as palavras têm,
Me dizendo que sou bonito, que sou poeta,
Que escrevo bem, e que sempre me lê.

E eu, aqui mais fraco, por não ter o que dizer-te,
Sem saber o que dizer-te, sem nem ao menos,
Irmã do Vento, posso abraçar-te.
Eu, que só sei trazer-te palavras em versos...

Trago-lhe meus humildes e sinceros abraços,
Traduzidos nestes montes de versos,
Que só sabem dizer-lhe que te ama
Nestes dias, que sozinha, se engana.

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