O fundo

(Víctor Lemes)


Sentados nessa mesa, todos estamos.
Sem saber se, de fato, nos encontraremos.
Estamos todos aqui reunidos,
Construindo esta memória juntos.


Em um pequeno prazo de meses,
Veremos-nos pouco, ou não nos veremos.
Pois existe aquela bendita linha,
Que se encontra entre o longe e o perto.

Uma linha fina, quase imperceptível.
Feita de dor e amor e remorso.
Uns chamam-na de infelicidade,
Mas prefiro o termo: Saudade.

Ouvi dizer que a saudade
Era aquela memória triste.
Recordar um fato que nos faça chorar,
Eis a saudade, pr’aqueles homens.

Mas e se não for assim sua definição?
Pois pra mim, a saudade é com maiúscula.
É a palavra que resumo todos desta mesa,
É o “ser” que me fez rir às noites de frio.


No começo, não tinha nenhuma intenção
Em conviver, ou em aprender.
Ao final, levei todos os tapas na face.
Aprendi o preço do amor; aprendi a lição.


Quantos foram os dias que rimos,
Que enraivecidos ficamos...
Quantas foram as fichas de estágio,
Que, aos montes, erramos...


Com tantas pérolas,
Poderíamos ter feito mil colares.
Com tantas memórias,
Podemos criar uma enorme Saudade.



E com essa nova aliada,
Seremos capazes de sorrir sempre
Diante de cada nova face, de cada nova fase.
Devemos sempre de nós nos lembrar.


Foram três curtos anos.
Foram poucos os encontros.
É longa a extensão dos amores.
É, amigos! Vocês são pra sempre.

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