Rejunte

(Víctor Lemes)

Por todos os caminhos e ruas
Que vago, sempre com ambas
As mãos nos bolsos da calça jeans,
Levanto os olhos e só vejo pontes.

Nos perguntávamos por que o céu
Era azul. Hoje, me indago o porquê
De ser todo branco em dias de sol,
E plúmbeo em dias de tempestade.

Embaixo daquela árvore uma
Maçã lhe caíra em frente: filosofia
Da gravidade fez-se.

Subindo o caracol da escada,
No chão, na base: de cimento,
Marcara o que nunca soube.

Aqui em cima, vejo tudo a frente.

Vejo os aviões passearem à noite,
As luzes vermelhas dos postes
E as azuis de Verdade.

Não enxergo a terra que
Sujara o piso do quintal,
Mas sinto aquela vontade
De poder apagar seu rejunte.

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