Vagem
(Víctor Lemes)
É como ver cair a vagem
E ter a mesma coragem
De abri-la, mas mesmo assim,
Não poder ver as sementes,
Por não pertencer a mim sua árvore.
Eis o meu pecado
De só tê-la ao lado,
Quando já é tarde e leve
A brisa, dos eternos
E longínquos quatro ventos.
E deste jeito, no mesmo canto
Me sinto, como de lado, parado.
Sem ter o solo fértil do amor regado,
Só por dizer o quão vazio é o pranto.
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