Conto Inacabado


(Víctor Lemes)

- Me conta.
- O que você quer saber?
- Vaaaai!
- Pois então:

"Quando atendi a porta, a minha surpresa foi por não só vê-la mas também aquele que arrancava a florzinha amarela de lá da frente. Fora o tempo que me pregara a peça ou eu, de fato, não o conhecia. Não me assustei ao vê-la a dois, convidei-os a entrar. Na época da sua avó, as pessoas sempre se abraçavam ao se cumprimentarem. Nossa geração nunca o fez, apenas em festas e olhe lá! Lembre-se disso. Cumprimentei o rapaz com um abraço mais frouxo, em relação àquele que nela dei. Não me recordo o que fazia da vida, nem eu, nem ele. Ela seguira o caminho imaginário que havia planejado naqueles dias. Fiquei feliz: alcançara o que tanto, ou quase nada, almejara há anos. Era de alguma forma como eu, todavia, ela teve uma vantagem: escolheu a vida como ela é à poesia.
Nessa casa onde agora você se conforta...

(Não devo fechar as aspas. Ainda.)

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