A pequena luz


(Víctor Lemes)


Tanto faz como pensas, pequena luz das estrelas.
Tudo o que fazes não passa de partes de tuas sem-fim faces.
Olha para dentro de ti, dize-me o que sonhas.
Dize-me com orgulho que és uma com as outras.

Pensas que vives por mera casualidade de números,
Pois é chegado o tempo de ver-te a ti mesmo
Como repletas vezes o fez perante o espelho.

Abraça-te a ti mesmo, como abraça-me agora,
Sinta o infinito correr em tuas veias, parta daqui!

Seja o porquê de tudo que lá existe,
Seja as respostas ambulantes de uma vida
De mil perguntas!

Seja, pequena luz das estrelas!
Seja uma com teu próprio verso!

Seja e não esteja, pequena luz das estrelas!
Cresça como cresceram as montanhas,
E seja tão grande quanto tu nem sequer sonhas,
Pois um dia há de o Sol chegar,
Eu lhe sorrir e chorar,
Cheio de orgulho meu coração encher, e dizer:

"Feliz os que souberam entender e ver
O imenso infinito naquele grão de mostarda,
Feliz os que souberam, em você, reconhecer
A grandeza de tua luz, antes pequena estrela,

Hoje, gigante Sol!"

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