Sem título 12
(Víctor Lemes)
Tenho andado com a cabeça baixa
A olhar os fios de água da chuva
Que correm por entre as rachaduras
De uma terra supostamente firme.
Minha cabeça gira, feito pião,
Dá pra ouvi-la bem alto.
Minha cabeça grita,
Diante tanta hipocrisia
Daqueles que estão perto.
Minha garganta é capaz de deixar passar
O riso tolo sobre coisas tolas,
Mas nunca deixa o grito de agonia passar,
Seja estridente, seja silencioso.
Começo a entender agora o que outros
Tem nos deixado aqui pra entender,
Se eu fosse contar nos dedos
Quantos são os verdadeiros,
Ergueria os olhos pro infinito
E lhe perguntaria:
Pra quê tantos dedos?
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