Suas iniciais são iguais
(Víctor Lemes)
Estava eu sentado num dos galhos mais altos.
Quando uma menina sentou-se próximo à árvore.
Encostou suas costas no tronco áspero, e abriu um livro.
Curioso que sou, fui descendo galho a galho,
Sem chamar muita atenção.
Cheguei bem próximo à bela menina,
De cabelos na altura dos ombros,
Olhar forte, concentrada em sua leitura.
Me inclinei um pouco mais, e assim,
Pude ler uma parcela de uma linha,
Que então dizia:
"Vivo de coincidências,
Vivo de linhas que incidem uma na outra
E se cruzam"...
Não pude ler o resto,
Pois a garota percebera minha presença,
E num movimento rápido ergueu sua cabeça!
Assustei-me, dei um pulo pra trás.
Chacoalhei uma porção de galhos,
E folhas pousaram em seus lindos cabelos.
Ela sorriu, encantada.
Ergueu o livro em minha direção,
E leu em voz alta, como se quisesse que eu a ouvisse:
"Mas tenho um milagre, sim.
O milagre das folhas. Estou andando pela rua
E do vento me cai uma folha exatamente nos cabelos"!
Quão lindo pode ser o sorriso dela.
Me enchi os pulmões, relembrei de alguns versos,
E me apresentei:
"Estou vivo mas não tenho corpo.
Por isso é que não tenho forma,
Quando sou forte me chamo vento."
Nossa!Que lindo!Que cena linda! *-*
ResponderExcluirIsso ocorreu mesmo?
Fico aqui imaginando, como deve ser encontros assim. '-'
:)
ResponderExcluirFoi apenas fruto da minha imaginação... *-*