Sonetos à uma Estrela
(Víctor Lemes)
Na dúvida, ou na certeza, é bom que saiba:
Estou sempre desse lado do mapa.
Um par de olhos atentos atrás destes óculos,
A observam como dois gatos curiosos.
Não importa qual altura você voe,
Nem tão profundo seja o mar de sonhos que nade,
Meu privilégio será sempre o mesmo.
Eu a vejo, com meu binóculo.
Quem a conhece a quer sempre perto.
Porém, são poucos os que dão valor a isso,
Não conhecem a angústia que sinto...
Deve ser algum castigo divino
Que me fez assim, de você tão distante.
A todo tempo lhe perguntam "por que some?"
*
Como vivo em sua ausência,
Escrever versos incertos é tudo que aguenta
Este meu coração sedento por sua presença.
Minha frustração, sem rebuliços, a tudo arrebenta.
E quando está a passear lá fora,
Rogo a um dos quatro ventos para que lhe abrace.
Quando estou só, a caminhar, ele me acalma;
Traz consigo aquilo que me faz sorrir: seu perfume.
E, todas as noites, torço para que o céu
Esteja limpo, sem muitas nuvens.
A Lua com sua cara de gato curioso sorri,
Seus olhos miram ao alto, e sua luz reflete
Nos espelhos, fazendo brilhar todas as estrelas...
E então, sei que existe; mesmo que sua voz nunca ouvi.
Imagino que como cita no final do pequeno príncipe, tu abra a janela, olhe as estrelas e fique rindo sozinho por horas, sendo considerado louco de rir das belas estrelas...
ResponderExcluirSó imagino.