Férias

(Víctor Lemes)

Como me coçam os dedos, e as solas
Dos meus pés!
Quero te ver,
Quero te abraçar,
Quero poder te amar de perto,
E de longe apenas ver-te dormir
Em seu cochilo tranquilo.
Ah, se eu pudesse voar!
Se eu, realmente, tivesse aquelas
Asas!
Tu sabes, sabes bem... eu iria sem medo,
Sem receio, sem pudor, sem vergonha.
Ah, os segredos que possuo,
As verdades que tenho...
Tudo em mim, a ti, seria compartilhado!
E nas ruas andaríamos descalços.
Deus!
Criaste-me sem dó de mim,
Deixaste-me à deriva do mar,
Soubeste desde o início que temo nadar...
Ora, Tu, Deus, és um atrevido,
Um sarcástico,
Um sarrista,
E um amigo.
Tu me negaste o Amor de perto,
Pois sabes que o "não" também é bem-vindo,
E belo.
Pois então!
Digo-te em alto e bom tom:
Amo-a. Amo-a!
E, se assim for necessário,
Grito aos céus teu nome,
Rogo ao Vento, força e coragem,
E, num pulo, faço força, faço criar fé,
Faço do mundo um Mundo,
E, finalmente:
Faço de todas minhas palavras de afeto penas,
Costuro-as unidas, como sempre foram minhas
Memórias...
Saio correndo, e me jogo no abismo do medo,
Feito alquimia:
Troco tudo que até então possuía
Pelo Amor com maiúscula,
Daquela que me espera na janela:
o Amor sublime de minha amada!

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