24 de Outubro
(Víctor Lemes)
Tenho saudades.
Ah, mas que besteira tua,
Tu dirás.
Ora, o que mais posso eu sentir?
Não a vejo há muito.
Te observo com minha luneta mágica,
Que só serve para alcançar-te o olhar
Refletido nas tuas estrelas.
Parti sem ter partido,
E hoje o único partido a que pertenço
É dos que tem o coração partido.
Ah, a ironia e ambiguidade das palavras.
Minh' alma ambígua, divide-se em duas
Para amar-te aqui e acolá;
Já que aí ela ainda não está.
Ora, ora, ora!
Passam-se as noites, doces noites,
E já fazem vidas e mais vidas,
Em sonhos sem começo nem meio,
Que não sonho com ti.
Oh, quanta falta de romance ao dizer-me isto,
Tu dirás.
Mas é a verdade.
E se isto for de algum mal,
Que um dos raios de Zeus parta-me o peito agora,
Pois já não mereço mais viver;
Não enquanto de longe eu te fizer sofrer.
Fecho os olhos com ternura,
Em questão de segundos,
Faleço.
Faleço de tanto sentimento que por ti carrego,
Tanto e tanto que transborda dentro do corpo.
Transborda assim por que as paredes não suportam mais.
Como havia te dito:
Meu coração está assim há tempos,
Está contando os pedaços espalhados;
Está completamente partido.
:| Completamente partido...?
ResponderExcluirQue lindo texto Víctor!
Partido por completo, sim. Pois do jeito que o coração se encheu de sentimento, não suportara e rompeu-se. Tal qual balões de festa que de tanto encherem, se explodem.
ResponderExcluirMeu coração está partido, mas sempre num bom sentido.
Obrigado, Carol do lindo nome!