Um legado
Partindo do pressuposto de que nada na vida é por acaso, cheguei até aqui, seja nesta Terra, seja nesse dia, porque era pra ser assim. Li todos os livros que muitos não entenderiam, nem acreditariam; vivi e vi fatos que muitos tampouco acreditariam; e, a cada dia que passa, tenho mais certeza das coisas, certas coisas que muitos nem sequer pensariam. (Supondo que eles pensem...)
“- A vida é a vida, querido mal’ ak (mensageiro).
- Fala comigo. Estou precisando.
- Talvez não gostes...
- Não importa. Dá-me a tua versão.
- Minha versão?
Voltou a sorrir, surpreso.
Assenti, sem palavra.
- Está bem... Eu te darei a minha “versão”, como dizes.
Voltou a ficar em silêncio. Desta vez fui eu quem se atreveu a entrar em seus pensamentos:
- Acaba sendo difícil, não é mesmo?
- É...
- Não te preocupes – disse, para incentivá-lo. – Vem mais perto. Com isso será suficiente. Aproxima-se da verdade...
Agradeceu ao final e tentou “traduzir” as palavras que, obviamente, não eram fáceis de “traduzir”.
- A vida não é o que parece...
E esclareceu na mesma hora:
- A vida humana, naturalmente. A vida está pensada para que pareça outra coisa...
(...)
- A vida não é somente o que se vê...
(...)
- Agora falo da vida, não da realidade...
E completou sutilmente:
- Esta, a vida humana, não é a realidade. Tu sabes disso. Algum dia, regressarás à realidade.”¹
Viver a vida, simplesmente. Tudo que nos rodeia, não passa de um sonho. Um breve sonho, como tantos outros que a gente co-cria enquanto dormimos. Só depende de nós mesmos, se criamos um sonho bom, ou um pesadelo. A vida é feita de experiências! Viemos até aqui por que escolhemos isso, escolhemos provar o que não pudemos provar em outros lugares! Seja graça, ou desgraça, seja bondade, ou maldade. Seja para amar, ou magoar. São todas experiências. O Barbudo dos Céus nos mandou até aqui para que não precisássemos que outros nos contassem o que é viver o que vivemos!
Somos tão pequeninos, nunca entenderíamos as razões de todo esse plano que Ele e seus Ajudantes desenharam para nós. Basta apenas que confiemos. Não é difícil confiar, é um desafio. É possível mudar o mundo, e moldá-lo da forma que quisermos, apenas precisamos nos deixar levar por nossa Intuição, e conseguiremos sair ilesos das batalhas que os sistemas maléficos e materiais nos propõem.
“O homem escutou-os e veio até a nave. Depois nos sorriu pela tela, como se nos visse! E me disse claramente:
- Alô, Pedro!
Compreendi que se usava um “tradutor”, pois os movimentos de seus lábios não correspondiam aos dos sons que eu ouvia.
- A-Alô – respondi nervoso.
- Sabe? Somos quase parentes, meus antepassados também vieram de uma civilização da Terra.
- Ah... – não consegui dizer mais nada interessante...
- Essa civilização se destruiu por falta de amor...
- Ah...
- Quantos anos você tem?
- De... digo, nove anos... e o senhor?
- Uns quinhentos anos terrestres.
- E... não sente tédio?
- Tédio... entediar-me... – tinha cara de não entender.
- Quando a mente busca atividade e não encontra – explicou-lhe Ami.
- Ah, sim; já tinha esquecido... Não; não sinto tédio; por que deveria?
- De viver tanto, por exemplo...
Nesse momento aproximou-se dele uma jovem e bela mulher. Cumprimentou-o com grande ternura. Ele também começou a acariciar e beijar a mulher. Conversaram e sorriram; depois ela foi embora. Parecia que se amavam muito.
- Quando o pensamento está a serviço do amor, não existe o tédio – disse sorrindo.
Achei que ele estava apaixonado por essa bela mulher e perguntei:
- O senhor está apaixonado?
Ele suspirou profundamente e disse:
- Estou profundamente apaixonado.
- Pela jovem que estava com o senhor?
- Pela vida, pelas pessoas, pelo universo, por existir... pelo amor.
Outra mulher veio até ele, ainda mais bela que a anterior; morena, magra, cabelos compridos, sedosos e bem negros, praticamente azul escuros; seus olhos eram de um verde transparente. Acariciaram-se e se beijaram no rosto, olharam-se profundamente um ao outro nos olhos, conversaram, riram e se despediram. Pensei que o senhor era uma espécie de Casanova espacial...
- O senhor foi visitar a Terra alguma vez?
- Oh, sim. Fui algumas vezes, mas é muito triste...
- Por quê?
- A última vez que fui, as pessoas se matavam, havia fome, milhões de mortos, cidades destruídas, campos de prisioneiros... é triste.
Senti-me muito mal, como se fosse um homem das cavernas naquele mundo.
- Leve ao seu planeta uma mensagem minha – disse o homem com um sorriso carinhoso.
- Claro, qual?
- Amor, união e paz.
(...)
- Este senhor tem duas esposas?
- Claro que não. Só tem uma – respondeu [Ami].
- Mas... ele beijou duas...
- Onde está o problema? Eles se amam... Nenhuma delas era sua esposa.
- E se a verdadeira o surpreender?
Ami riu de mim.
- Nos mundos civilizados não existem ciúmes.
- Então a gente pode ter muitas mulheres... – disse com malícia. Ami respondeu-me com um olhar transparente.
- Não, só uma.”²
Baita experiência esta a minha! Nascer filho de um Anjo, uma mãe que literalmente veio dos confins do Universo para me dar a chance, talvez a última, nessa vida. Nasci em 1989, 15 de junho, e segundo o horóscopo chinês, sou Serpente. Dizem que os de Serpente, depois de concluída a missão nesta vida, jamais retornam. Tenho que acertar dessa vez...
Geminiano nato, nasci com o intuito de escrever e de passar o que sei, ser um educador. Sinto que minha possível missão neste planeta, é deixar um legado para as próximas gerações, uma memória, alguma esperança de que eles serão todos como minha mãe é nesta Terra; que é possível viver de Amor, que é possível saber de tudo e mais um pouco, e não ser considerado louco; é ser sozinho, mas saber ser completo.
Sou de uma leva dos fornos dos Céus, que nos intitularam “Blue”. Aqui no Brasil, nos chamam de Índigo, ou crianças índigo. Não somos melhores que as crianças “normais”, nem temos dons diferentes, tampouco tivemos certa “qualidade” para sermos considerados como tal. Apenas nascemos com a tendência de evoluir um pouco mais rápido. Temos o dever de assim fizer, aliás, pois estamos aqui para mudar o mundo. Na verdade, o destino de todos é se tornar “blue”. E, por conseguinte, elevarem seus níveis de consciência, e alterarem a vida da maneira que achar viável e melhor para todos. Um dia, nós Blues, seremos Cristais (seres bem mais evoluídos espiritualmente, como minha mãe, por exemplo.) Melhor dizendo, todos, sem exceção, chegarão ao nível Cristal algum dia... E mesmo assim, afirmo, não sou diferente de você. Estamos todos no mesmo barco, só alguns estão remando...
“Vistes o que o
Inesquecível poeta escrevestes de
Coração e alma seu
Te amo em forma de poesia?
Observou as entrelinhas de seus versos
Românticos e recados de amor?
Leia-me – disseste ele
Enquanto é tempo
Meu amor, pois,
Estarei sempre a
Sentir o vento como meu acalento.”³
Cheguei num momento de vida, em que tenho muitas peças de um quebra-cabeça que me neguei a remontar. E, hoje, acredito ter chegado a hora de dar um passo adiante, e começar a juntá-las todas, para ver no que vai dar. Embora haja muitas, mas muitas, coisas que guardo apenas para mim mesmo... Há alguma peças que joguei-as fora de propósito no “passado”. Não sou perfeito.
Sei que muita coisa vai acontecer a partir de algum momento em breve; não estarei sozinho, pois nunca estive, nem estarei. Tenho Deus (nesse caso, Ele que me tem), tenho minha mãe, este Anjo que sofre tanto nessa Terra, tenho um Amor (dentro de mim, pois sinto-o) que, no momento, mora longe do meu corpo, mas não do meu coração. Tenho amigos, poucos, mas tenho alguns. Tenho pontes, tenho mares, tenho sonhos, tenho amores, tenho sabores, tenho o prazer de viver por viver, tenho uma Luz, tenho a Centelha de um Deus que me criou para que eu fosse sua melhor Centelha dentre tanta escuridão... e tenho minhas lágrimas que dormem junto, no colchão.
Meu nome é Víctor, e sou MUITOS!
“- A vida é a vida, querido mal’ ak (mensageiro).
- Fala comigo. Estou precisando.
- Talvez não gostes...
- Não importa. Dá-me a tua versão.
- Minha versão?
Voltou a sorrir, surpreso.
Assenti, sem palavra.
- Está bem... Eu te darei a minha “versão”, como dizes.
Voltou a ficar em silêncio. Desta vez fui eu quem se atreveu a entrar em seus pensamentos:
- Acaba sendo difícil, não é mesmo?
- É...
- Não te preocupes – disse, para incentivá-lo. – Vem mais perto. Com isso será suficiente. Aproxima-se da verdade...
Agradeceu ao final e tentou “traduzir” as palavras que, obviamente, não eram fáceis de “traduzir”.
- A vida não é o que parece...
E esclareceu na mesma hora:
- A vida humana, naturalmente. A vida está pensada para que pareça outra coisa...
(...)
- A vida não é somente o que se vê...
(...)
- Agora falo da vida, não da realidade...
E completou sutilmente:
- Esta, a vida humana, não é a realidade. Tu sabes disso. Algum dia, regressarás à realidade.”¹
Viver a vida, simplesmente. Tudo que nos rodeia, não passa de um sonho. Um breve sonho, como tantos outros que a gente co-cria enquanto dormimos. Só depende de nós mesmos, se criamos um sonho bom, ou um pesadelo. A vida é feita de experiências! Viemos até aqui por que escolhemos isso, escolhemos provar o que não pudemos provar em outros lugares! Seja graça, ou desgraça, seja bondade, ou maldade. Seja para amar, ou magoar. São todas experiências. O Barbudo dos Céus nos mandou até aqui para que não precisássemos que outros nos contassem o que é viver o que vivemos!
Somos tão pequeninos, nunca entenderíamos as razões de todo esse plano que Ele e seus Ajudantes desenharam para nós. Basta apenas que confiemos. Não é difícil confiar, é um desafio. É possível mudar o mundo, e moldá-lo da forma que quisermos, apenas precisamos nos deixar levar por nossa Intuição, e conseguiremos sair ilesos das batalhas que os sistemas maléficos e materiais nos propõem.
“O homem escutou-os e veio até a nave. Depois nos sorriu pela tela, como se nos visse! E me disse claramente:
- Alô, Pedro!
Compreendi que se usava um “tradutor”, pois os movimentos de seus lábios não correspondiam aos dos sons que eu ouvia.
- A-Alô – respondi nervoso.
- Sabe? Somos quase parentes, meus antepassados também vieram de uma civilização da Terra.
- Ah... – não consegui dizer mais nada interessante...
- Essa civilização se destruiu por falta de amor...
- Ah...
- Quantos anos você tem?
- De... digo, nove anos... e o senhor?
- Uns quinhentos anos terrestres.
- E... não sente tédio?
- Tédio... entediar-me... – tinha cara de não entender.
- Quando a mente busca atividade e não encontra – explicou-lhe Ami.
- Ah, sim; já tinha esquecido... Não; não sinto tédio; por que deveria?
- De viver tanto, por exemplo...
Nesse momento aproximou-se dele uma jovem e bela mulher. Cumprimentou-o com grande ternura. Ele também começou a acariciar e beijar a mulher. Conversaram e sorriram; depois ela foi embora. Parecia que se amavam muito.
- Quando o pensamento está a serviço do amor, não existe o tédio – disse sorrindo.
Achei que ele estava apaixonado por essa bela mulher e perguntei:
- O senhor está apaixonado?
Ele suspirou profundamente e disse:
- Estou profundamente apaixonado.
- Pela jovem que estava com o senhor?
- Pela vida, pelas pessoas, pelo universo, por existir... pelo amor.
Outra mulher veio até ele, ainda mais bela que a anterior; morena, magra, cabelos compridos, sedosos e bem negros, praticamente azul escuros; seus olhos eram de um verde transparente. Acariciaram-se e se beijaram no rosto, olharam-se profundamente um ao outro nos olhos, conversaram, riram e se despediram. Pensei que o senhor era uma espécie de Casanova espacial...
- O senhor foi visitar a Terra alguma vez?
- Oh, sim. Fui algumas vezes, mas é muito triste...
- Por quê?
- A última vez que fui, as pessoas se matavam, havia fome, milhões de mortos, cidades destruídas, campos de prisioneiros... é triste.
Senti-me muito mal, como se fosse um homem das cavernas naquele mundo.
- Leve ao seu planeta uma mensagem minha – disse o homem com um sorriso carinhoso.
- Claro, qual?
- Amor, união e paz.
(...)
- Este senhor tem duas esposas?
- Claro que não. Só tem uma – respondeu [Ami].
- Mas... ele beijou duas...
- Onde está o problema? Eles se amam... Nenhuma delas era sua esposa.
- E se a verdadeira o surpreender?
Ami riu de mim.
- Nos mundos civilizados não existem ciúmes.
- Então a gente pode ter muitas mulheres... – disse com malícia. Ami respondeu-me com um olhar transparente.
- Não, só uma.”²
Baita experiência esta a minha! Nascer filho de um Anjo, uma mãe que literalmente veio dos confins do Universo para me dar a chance, talvez a última, nessa vida. Nasci em 1989, 15 de junho, e segundo o horóscopo chinês, sou Serpente. Dizem que os de Serpente, depois de concluída a missão nesta vida, jamais retornam. Tenho que acertar dessa vez...
Geminiano nato, nasci com o intuito de escrever e de passar o que sei, ser um educador. Sinto que minha possível missão neste planeta, é deixar um legado para as próximas gerações, uma memória, alguma esperança de que eles serão todos como minha mãe é nesta Terra; que é possível viver de Amor, que é possível saber de tudo e mais um pouco, e não ser considerado louco; é ser sozinho, mas saber ser completo.
Sou de uma leva dos fornos dos Céus, que nos intitularam “Blue”. Aqui no Brasil, nos chamam de Índigo, ou crianças índigo. Não somos melhores que as crianças “normais”, nem temos dons diferentes, tampouco tivemos certa “qualidade” para sermos considerados como tal. Apenas nascemos com a tendência de evoluir um pouco mais rápido. Temos o dever de assim fizer, aliás, pois estamos aqui para mudar o mundo. Na verdade, o destino de todos é se tornar “blue”. E, por conseguinte, elevarem seus níveis de consciência, e alterarem a vida da maneira que achar viável e melhor para todos. Um dia, nós Blues, seremos Cristais (seres bem mais evoluídos espiritualmente, como minha mãe, por exemplo.) Melhor dizendo, todos, sem exceção, chegarão ao nível Cristal algum dia... E mesmo assim, afirmo, não sou diferente de você. Estamos todos no mesmo barco, só alguns estão remando...
“Vistes o que o
Inesquecível poeta escrevestes de
Coração e alma seu
Te amo em forma de poesia?
Observou as entrelinhas de seus versos
Românticos e recados de amor?
Leia-me – disseste ele
Enquanto é tempo
Meu amor, pois,
Estarei sempre a
Sentir o vento como meu acalento.”³
Cheguei num momento de vida, em que tenho muitas peças de um quebra-cabeça que me neguei a remontar. E, hoje, acredito ter chegado a hora de dar um passo adiante, e começar a juntá-las todas, para ver no que vai dar. Embora haja muitas, mas muitas, coisas que guardo apenas para mim mesmo... Há alguma peças que joguei-as fora de propósito no “passado”. Não sou perfeito.
Sei que muita coisa vai acontecer a partir de algum momento em breve; não estarei sozinho, pois nunca estive, nem estarei. Tenho Deus (nesse caso, Ele que me tem), tenho minha mãe, este Anjo que sofre tanto nessa Terra, tenho um Amor (dentro de mim, pois sinto-o) que, no momento, mora longe do meu corpo, mas não do meu coração. Tenho amigos, poucos, mas tenho alguns. Tenho pontes, tenho mares, tenho sonhos, tenho amores, tenho sabores, tenho o prazer de viver por viver, tenho uma Luz, tenho a Centelha de um Deus que me criou para que eu fosse sua melhor Centelha dentre tanta escuridão... e tenho minhas lágrimas que dormem junto, no colchão.
Meu nome é Víctor, e sou MUITOS!
[1] Trecho de “Cavalo de Troia 9 Caná”, p. 527, Ed. Planeta, 2011.
[2] Trecho do capítulo 9, “A lei fundamental”, do livro Ami, O menino das estrelas, versão digital.
[3] Poema sem título, enviado como presente para mim, por carta; assinado por Carol Leopardo.
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