Saudosa maluca
(Víctor Lemes)
Quinta-feira.
Primeiro de julho. 2010.
Onze horas e quinze minutos da noite.
- E, aí?
- Monossilábico... Hmm...
- E lá vamos nós outra vez!
- Doido. – enquanto sorria.
- Sou doido; sou bobo; sou complicado; qual será o próximo?
- Rabugento.
- Ah, claro! Esqueci desse. Ah! Bruto, também.
Aquela metida a asiática gargalhava.
- Bruto foi exagero meu, confesso.
- Então, você trocou o “bruto” por “rabugento”?
- Não troquei. Exagerei um, e reafirmo o outro. Mas, vem
cá... você parece mal humorado.
- Eu não... Apenas li demais hoje, e as coisas me preocupam.
Não consigo fazer as pessoas entenderem que são responsáveis; isso me preocupa. Principalmente quando chega a noite, pois
você fica no silêncio, e dá para se ouvir todo.
- Entendo. Porém, não é responsabilidade sua fazer os outros
entenderem sobre responsabilidade. Essas coisas a gente só entende quando
coisas acontecem, e não quando alguém explica.
- É, essa é a parte difícil. Eles têm que esperar chegar à
desgraça para ver se entende.
- Você está falando de quem, chuchu? Tão sério.
- Ah... de várias pessoas... amigos meus que vejo não ser mais
os mesmos. Têm mudado demais, e dá para ver que não foi para o bem deles, não importa
o que eu fale ou comente: não percebem.
- Bom.
- Marrom bom-bom, marrom bom-bom!! – cantarolava, para
fingir alegria.
- A gente vai mudando e algumas pessoas saem das nossas
vidas mesmo.
- Vê se não sai da minha, chata!
...
Este era o velho Víctor. E a Lilian velha. Que, por sinal,
me deve uma pipoquinha e um chocolate quente. Ela achava que saudade é o amor
que fica, por mais cafona que parecesse.
Espero que ela ainda acorde de bom humor mais vezes.
P.S.: Ainda não assisti Kill Bill, Li. Nem Pulp Fiction por
achar meio hardcore mesmo.
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