Tempos de seca
(Víctor Lemes)
Teve aquela que era linda, seus longos cabelos eram como ouro e bronze juntos, e seus olhos eram claros.. Mas ela queria não só eu, como também o Felipe, o Luis Fernando, e o Matheus. Teve outra que era bonita, e parecia ser “pensante”, porém era de se encostar e não desgrudar... Era famosa por seus ciúmes até entre amigos. Teve aquela também que já tem seu namorado, e com ele viaja para todo lado... Parcelam tudo juntos, seja os presentes de natal à dona Vânia e dona Rosa, ou a viagem ao exterior. Tem horas que na falta de amor, o que sobra é criar elo nas coisas, e dividir o pagamento, assim cria-se um “seguro de relacionamento”.
A situação do brasileiro que não liga a televisão para ver a novela da Turquia, que não lê “50 tons de cinza”, que não acompanha futebol e só tem um time “de coração”, que sabe escrever “ansioso” com S, que é consciente para com o Planeta Terra, que acredita que a propaganda do Greenpeace é uma baita d’uma hipocrisia, que encontra mensagens subliminares em propagandas de ONGs, que não conhece “One Direction”, que ouve 14 Bis e canta The Cure, não Tche-re-re-rê... Meu amigo, minha amiga, a situação desse indivíduo está feia.
Não há mulher ideal nas proximidades, e penso que não haja homens também. Pois para minhas amigas escolherem os trastes que escolheram, só deve ter sido por falta de escolhas e auto-estima. É a velha história intrinsecamente da cultura brasileira: não se preocupe com você, tem sempre alguém em piores situações; e pensando assim, “tá ruim, mas tá bão”. O jeito que sobra para aquele brasileiro é confiar. Quando chegar, SE chegar, o que será. “Quando a gente quer mudar, amor, faz acontecer.”
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