Tesouros


(Víctor Lemes)


Lá fora, há um bando de gente festejando,
Com o som dos carros ligado,
Bebendo e rindo, fingindo que a vida é bela
E maravilhosa, enquanto o andarilho dorme em sua rua.

Perdi a graça em dias 31 de Dezembro.
Me diga, o que há de tão importante,
O que há de tão interessante
Pra se comemorar nesse mundo grotesco?

Ora, o que eu tenho que agradecer
Ao Absoluto, são tantas coisas, e pessoas,
Que em um dia apenas não bastaria.
É preciso agradecer todo dia.

Sabe, no meu caso, eu agradeço à Luz
Que me imaginou e me trouxe à existência.
Depois a sequência continua com minha amada
Mãe, que não é apenas mãe mas também anjo.

Depois a lista segue, com inúmeros nomes,
Uns recentes, outros velhos.
Uns apelidos, outros anônimos.
Guardados em gavetas, guardados em pochetes.

Veja bem, este agradecimento feito agora,
Em apenas instantes, não resume tudo que sinto
Sobre cada um desses presentes da maior Estrela
Que existe no céu do meu peito.

Um sorriso e um abraço apenas, faz dos meus dias
Mais eternos.

Uma foto com um olhar magnífico, uma simples foto,
Inspira-me profundamente.

Uma conversa franca, umas palavras repetidas,
Deixam-me todo cheio.

Oras bolas, perdi um pai, ganhei tantos tesouros!
Tantos! Tantos!

Eu os amo,
Sensibilidade, Simplicidade, Ansiedade, Honestidade...!
Como eu os amo!

Posso viver num conto, numa crônica, numa poesia.
Sei o valor de todos vocês, de mim mesmo, da minha pátria...

Renato, Ayrton, Martin, Lennon... Não morreram em vão...
Não enquanto eu tiver a mim mesmo,
Enquanto confiar a vós todos meu coração...

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