Já pensou?

(Víctor Lemes)

Já pensou pra onde vamos, quando acabar nossas missões por aqui? Como imaginar já é criar, ou melhor, já é aceitar o que foi criado, imagino-me em uma dimensão onde o céu é transparente e nele é possível ver todo o Universo se movimentando. Seria um bom lugar para passar umas férias, antes de continuar na jornada interior rumo ao que me pertence por direito: Eu mesmo.

Me imagino recebendo meu amigo cético, que depois de passar um "tempo" comigo, ainda não vai acreditar que estamos vivos naquela casa. Ele vai me perguntar de você, e o que vou dizer a ele? Que você foi na frente, e a gente alcança depois. Daí ele vai perguntar se sinto saudades, e eu vou afirmar que sim, óbvio... mas a certeza de que vou te encontrar inúmeras vezes é o que me consolará nas Terras que eu plantar minhas sementes.

Me pergunto quem irá me recepcionar depois da única noite de sono. Talvez meu bisavô; talvez ele me cobre uma saudação em japonês! Vou dar de ombros e brincar com ele. E depois de um "tempo" vai me abraçar e se despedir de mim com um sorriso no rosto... aliviado: "Você demorou demais, Víctor! Passei a noite inteira te esperando acordar, só para te conhecer. Agora, levanta daí e vai! Vai... que ela já está muito na frente!".

No caminho, espero encontrar o major e o engenheiro, tenho tantas perguntas pra eles! E quando eu estiver pronto, o Mestre vai me receber com um abraço. Vai, com cada mão, segurar meus ombros, frente a ele e dizer: "Fico feliz em voltar a vê-lo, meu mensageiro!" E abrirá um sorriso largo, enquanto conta que você estava lá "agorinha mesmo", mas que avisou que eu vinha para vê-lo.

Vou dar muita risada com ele... até eu decidir ir embora. Nessa "hora", ele vai jogar seu braço direito, por sobre meu ombro direito, e sussurrar no meu ouvido esquerdo: "Confia, mal'ak! Confia que o Pai não erra!".

E dará um tchau do jeito que sempre fez minha mãe: soprando os Ventos; e me amará para todo o Sempre.