Ela que apanha só

(Víctor Lemes)

Eu que não sei nadar, nem boiar,
Me atrevo, nessa imensa rede navegar
Para quem sabe te encontrar num canto
De pássaro azul e preto,
Um canto curto com teu nome.

Me pergunto se já não vivemos juntos
Em outros tristes portos...
Teu nome que suspira sempre...

Ai!

E que em frente a ele, ai!
Se apressa, corre, tropeça e cai!
Ai, ai... Esse Amar... não depende
Do outro, não depende de mim.

Talvez ele seja, dentre todos os verbos,
O que, todos os dias, acontece.

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