A month... to go.

(Víctor Lemes)

Deixo aqui para quando
A Cecília chegar,
Quando ela estiver maior
E já souber ler sozinha...

O Amor, minha filha,
É o que habita as estrelas
Que observa todas as noites,
Como costumávamos fazer
Em suas noites de criança.

Seu pai custou a aprender
O que Ele é, mas espero
Que com estes versos
Você desperte antes.
(Ele sempre saiu atrasado,
Para tudo. Pode rir, eu sei.)

Cecília, você é a cara
E o jeito de sua avó,
É como se ela não tivesse
Partido antes de mim
Ou antes de você chegar...

As pessoas não vão te entender,
Meu Amor, mas deixe-as
Para depois...
Isto acontecia com sua avó,
Aconteceu comigo,
E por "coincidências"
Acontecerá contigo;

Não tenha medo, pois
Estamos com você;
Você é o Amor, Cecília.

É por você que te deram
Seu pai, e por conseguinte,
A estrela que iluminou
Todo o caminho dele.

Cecília, o mundo é feio
É sujo, é preguiçoso.
Mas lembre-se:
Você não é o mundo,
Você está no mundo.

Nem todos vão te entender,
Nem aqueles que lhe tem por perto
Mas não os julgue;
Eles não tem que entendê-la,
É você que tem que se entender.

E quando isso acontecer,
Verá que a vida era muito simples
Como ela costumava me ensinar,
Contudo, ainda custo a reconhecê-la
Assim.

Que eu tenha a chance
De conhecer-lhe
Em alguma das viradas
Das vidas que terei vivido.


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