Parapoesia
(Víctor Lemes) Vivo num paradoxo constante, Sou um paraplégico para as coisas deste mundo Que consiste em sistema de paradigmas Que apenas servem para nos parar, de fato... Estou numa luta constante, Quanto mais sei, mais do mundo Me torno distante. Dizia um provérbio antigo Proferido pela boca do meu Mestre Que dizia: "quanto mais sábio, mais solitário." Estou sentado numa cadeira de rodas, A segurar um estojo de uma câmera fotográfica, E sorrio para mim, ao lado da cabeceira da minha cama. Todos os dias, ele está sorrindo para mim. Ele deve me achar engraçado, Como ele queria que eu fosse. Talvez ele ria de mim de felicidade, Por quem ele conseguiu que me tornasse. Vivo num planeta que uma banda cantou, E às vezes parece que só eu e o vento sabemos disso, E me pergunto na solidão por debaixo das cobertas do escuro Quando o vento partir de mim, Ele ainda vai estar sorrindo Ao lado da cabeceira de minha cama?