Sem título 28

(Víctor Lemes)

Na ausência que me incomoda
Vejo os pontos que formam
As linhas de uma geometria que,
Tanto em minha infância de débil carne,
Quanto agora, na carne mais velha
Pouco ou nada compreendo.
Talvez minha vida seja um eterno "talvez"
Escrito junto, sua resposta deriva
De uma pergunta aberta, tal qual esta:
Pretende voltar um dia?
Talvez.
Ou derivaria de uma pergunta fechada:
Quando voltaria?
Tal vez.
Minha hora é como um dia,
E feito um deus não sigo calendários.
Sua opinião e suas ideias mo chegam
Mas não me pertencem,
E então, sigo em frente e acima,
Ao mesmo momento que não me movo.
Uma massa inerte presa a um ponto único,
Podendo ser o início de algum círculo,
Ou a aresta de algum quadrado,
Ou o topo de algum triângulo.
Ou ainda ser a tentativa de algum rascunho
De qualquer outra imaginação.
Acho que feito a originalidade de Kafka
Ou a falta de tempo hábil para o término
De seu Castelo, me acostumei
A encerrar qualquer coisa
Sem qualquer

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