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Mostrando postagens de julho, 2009
A Árvore (Víctor  Lemes) Senti cócegas nos pés, quando pequenos dedos passavam por entre eles. O vi ali, próximo a mim, sentado a chorar... Não entendi o porquê: enquanto eu acabava de rir, o menino chorava. Fiquei com pena, e ao contrário de meus irmãos, quis abraçá-lo. Mas não podia, ele tinha algo em mãos, algo que parecia não querer largar... E quando me dei conta disso, lembrei-me que o conhecia. Era ele quem vagava, por todos os lados com sua irmã. Era ele o que era livre. E nem sei quantos foram os dias que me debruçava nesses limpos e lindos campos, a olhar os meus amigos pássaros, e a ouvir seus passos. Quanta alegria estampada em seu rosto, a arrastar-se tão rapidamente quanto o vôo dos meus pássaros. E eu aqui, sempre sentada pra vida, a só observar toda a alegria. E ele sentado a minha frente, com lágrimas no rosto, a se queixar da vida. Talvez, meu mundo e o seu sejam diferentes. E talvez, eu veja mais, sem os olhos que tem. Mas eu ainda só vejo um lado d...
O Campo (Víctor  Lemes) Enquanto éramos jovens, costumávamos correr muito ao invés de caminharmos. Era como se a alegria de viver fosse transferida toda para nossas pernas, e como se não houvesse limite nosso cansaço. Por mais que eu tente lembrar o porquê de tanta correria, não consigo encontrar uma resposta. E como nesses dias onde havia correria de viver, havia desenterrado minha vontade de viver. Todos eram os dias que a trazia comigo. Senti a vontade, mais uma vez, de correr nessa minha vida parada, sem graça e sem dor. Os campos que nos cercavam, onde morávamos, não tinha muitas árvores... ainda assim havia os pássaros. Não eram muitos mas eram bonitos o suficiente para nos fazer sorrir, diante de tal liberdade que nós mesmos nunca teríamos. E quando chegava a hora de voltarmos, todos suados por tanto correr, nos despedíamos daqueles formosos pássaros que, ao nos verem a caminhar de volta, cantavam suas músicas, cada um com seu estilo e sem preconceito. Hoje quando...