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Mostrando postagens de janeiro, 2011
Sem título 23 (Víctor Lemes) Eu não seria quem eu sou hoje,se não fosse a minha mãe. No meu mapa astral dizia que eu teria a sorte sempre por perto, Sem saber que dela fui seu feto.
Carta aos Jovens (Víctor Lemes) Muitos da minha geração se perderam por aí, sem saber de onde vieram, nem para onde deveriam seguir. E agora para resgatá-los deste jejum da Verdade, levará a mim muitos anos de paciência e amizade. Mesmo assim, quando acordei esta manhã, me senti seguro, me senti completo, me senti rei, dono de um vasto tesouro. E com imensa alegria que do meu coração brota a semente que antes nada valia. E o céu ilumina a nova rota! Abro as persianas da sala, Abro as janelas da alma. Capturo o vento com as mãos, É hora de despertarmos, irmãos! Onde estiverem, Me acreditem: É chegada a hora, De fato, é agora! Seja sob o céu de Porto Alegre, Onde vive uma jovem que rejuvenesce Qualquer pessoa que tenha olho que leia, E que admire a boa, simples e profunda prosa. Seja o menino tímido, do Espírito Santo, Como tantos outros, à procura do outro. Que se esconde por trás da graça, Que resmunga sozinho nos cantos de casa. Seja sobre o ...
Seize the day (Víctor Lemes) Para que tanto romantismo nas palavras, meu caro? Perdi tudo; perdi tudo. O olhar carinhoso, a voz bem-vinda, A curiosidade instigante, a alma alada. Não, não suporto mais ler suas palavras Que soam tão falsas quanto as minhas. Excesso de nomes falsos, apelidos baratos, Versos perfeitos, citações de pensadores gregos. Eu e minha inconstância comigo mesmo, A eterna batalha em frente ao espelho. Os dois seres completamente diferentes, Já nem sei mais quem sou eu dentre eles. Uma parte de mim diz que sou herói, A outra se delicia e ri, dá de ombros e cala. A Verdade vem bater à porta e tocar a campainha, E a insegurança do verdadeiro Eu me destrói. E à noite na cama, nada mais faz sentido, Pois logo vem um trem e me leva pro infinito. De manhã, me recordo dos erros que ontem cometi, Enquanto aquela outra parte ainda ri.
O Absoluto  (Víctor Lemes) A quem eu quero enganar, Senão eu mesmo, Ao pensar que a pessoa Que amo Também sente o mesmo? Que me adiantou Tantas palavras, Tantos versos, Tantas noites em claro? Uns poemas, umas poesias, Umas rimas, Uns amores Sem respostas... Não, Não vou mais chorar. Já me cansei deste falso Sentimento, Que ao calar da noite Se arrasta e chega perto, Caminhando lento... Minha ingenuidade ainda persiste Em querer ajudar alguém Que mal se importa Se quer ser ajudada. Este mundo carece do Amor, Por que ainda não sentem... E por mais que eu tente Demonstrar que é possível Ter um amor impossível, Vem o orgulho, vem a vaidade, Vem toda a frustração Vestida pra me matar. Mas não, Não vão me matar. Quão maléfico pode ser a imaginação, Fazendo do poeta um grande sonhador, E nada além disso há de se ver, Já que preferem viver num mundo de ficções. O poeta tanto ama Que apenas triste e sozinho Consegue inventar um amor perf...
Sem título 22 (Víctor Lemes) Me pergunto se você sente esse gosto amargo em tua boca também. Me pergunto se é certo querer saber disso. Me pergunto se um dia vai descobrir e entender tudo que vejo, tudo que sinto. Me pergunto se um dia tudo isso não passará de outra frustração. Me pergunto tanto, me pergunto demais. E no fundo, perguntas são só perguntas banais.
Pelo menos (Víctor Lemes) E eu vivo um amor, um encontro indisponível. Me dizem, deixa disso, é impossível. Ora, essa simples cidade me traz tanta inspiração, Pelo menos, se estou longe dela, trago-a no coração. E só isto já me basta, mesmo que traças corroam todo corpo. E só de vê-la em fotos, em poesia, em Verdades a retribuo.
Sem título 21 (Víctor Lemes) A Intuição me bateu à porta este fim de tarde, Não quis atendê-la; Mesmo assim, sussurrou-me pela fresta... Vivo um dilema angustiante. E fui transbordado todo por dentro, De silêncio, de incerteza. E agora a consciência pesa, E faz-me chorar um poço inteiro.
Soneto ao Encontro (Víctor Lemes) Me apresso, E a tudo estrago. Sinto sentimento, Me entrego muito cedo. E um desejo infinito Reina em meu peito: Quero encontrar-te, Antes que seja tarde. Talvez não sinta o mesmo, Se pudesse partiria agora mesmo... Nos encontraríamos nos cursos do Vento. Se esperar ainda devo, Que assim seja nosso amor... Nos encontraremos no sétimo mundo perfeito.
Férias (Víctor Lemes) Como me coçam os dedos, e as solas Dos meus pés! Quero te ver, Quero te abraçar, Quero poder te amar de perto, E de longe apenas ver-te dormir Em seu cochilo tranquilo. Ah, se eu pudesse voar! Se eu, realmente, tivesse aquelas Asas! Tu sabes, sabes bem... eu iria sem medo, Sem receio, sem pudor, sem vergonha. Ah, os segredos que possuo, As verdades que tenho... Tudo em mim, a ti, seria compartilhado! E nas ruas andaríamos descalços. Deus! Criaste-me sem dó de mim, Deixaste-me à deriva do mar, Soubeste desde o início que temo nadar... Ora, Tu, Deus, és um atrevido, Um sarcástico, Um sarrista, E um amigo. Tu me negaste o Amor de perto, Pois sabes que o "não" também é bem-vindo, E belo. Pois então! Digo-te em alto e bom tom: Amo-a. Amo-a! E, se assim for necessário, Grito aos céus teu nome, Rogo ao Vento, força e coragem, E, num pulo, faço força, faço criar fé, Faço do mundo um Mundo, E, finalmente: Faço de todas minhas...
Soneto ao Firmamento (Víctor Lemes) Sabe, quando eu olho pra cima E vejo toda essa imensidão, Me pergunto como nasci sem asa, Seria tão mais fácil chegar a teu coração. Olha, lá no alto eles também tem ouvidos, Se você precisar de qualquer coisa, Desde a mais ínfima migalha Até o infinito número de amigos. Peça, peça com vontade, Peça de coração. Eles vão lhe ouvir. Ouça, a voz que nos pede, Ouça o pedido da intuição. Façam-na, por favor, sorrir!
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If you can't get what you want Then you come with me* (Damon Albarn,  trecho de "On Melancholy Hill", por Gorillaz.) * Se você não conseguir ter o que quiser, Então venha  comigo.